Low Code: Genio da Quidgest é cerca de 10x mais produtivo, revela estudo publicado na revista internacional ACM Queue
As conclusões estão reunidas no artigo científico “Low-code Development Productivity”, que resulta de um exercício laboratorial, realizado de forma rigorosa e independente, no qual foram comparadas três plataformas – Django, OutSystems e Genio – na criação e manutenção de uma mesma aplicação de software.
A plataforma Genio da Quidgest apareceu mencionada na última edição da Queue, a revista publicada pela Association for Computing Machinery (ACM).
O destaque deu-se no artigo intitulado “Low-code Development Productivity“, da autoria dos investigadores João Varajão (professor e investigador na Universidade do Minho e no ALGORITMI Research Center/LASI), António Trigo (professor no Instituto Politécnico de Coimbra e investigador no ALGORITMI Research Center/LASI/Universidade do Minho) e Miguel Almeida (programador e team leader na Deloitte Portugal).
No artigo, são apresentadas as conclusões de um exercício no qual foram comparadas três plataformas na criação e manutenção de uma mesma aplicação de software: Django (assente em código manual, Python, também designada de plataforma code-based); OutSystems (assente na utilização de uma baixa quantidade de código manual, também designada de plataforma low-code); e Genio (assente numa quantidade mínima de código manual, também designada de plataforma extreme low-code ou quasi no-code).
Vantagens do low-code: propaganda ou realidade?
Como referem os autores, “este artigo apresenta-se como um dos primeiros estudos de investigação sobre as diferenças de produtividade entre os tipos de tecnologia de desenvolvimento.” O mesmo procura testar a produtividade das plataformas low-code, tendo em conta que “estas tecnologias prometem melhorias significativas, tanto em termos do processo de desenvolvimento como de produtividade, mas a evidência dessas melhorias é praticamente inexistente na literatura de investigação”.
Será que estamos na iminência da “chegada do inverno” para as tecnologias assentes em código manual? Serão as plataformas low-code efetivamente mais rápidas, produtivas e eficientes? Haverá vantagem na automação da geração do código, ou serão estas afirmações apenas “propaganda” dos vendedores de software?
Este estudo, pioneiro na sua abordagem, ao comparar diferentes níveis de codificação/automação em plataformas de desenvolvimento de software, ajuda a responder a estas e outras perguntas, e contribui para delimitar as fronteiras entre as promessas do marketing e aquilo que são os resultados tangíveis apresentados por algumas das plataformas mais conhecidas no mercado.
Nas palavras dos seus autores: “este artigo tem como objetivo fornecer novas perspetivas sobre o assunto, apresentando os resultados de experiências laboratoriais realizadas com tecnologias code-based, low-code e extreme low-code para estudar as diferenças de produtividade.”
Experiência laboratorial rigorosa e independente
O exercício, realizado de forma rigorosa e independente, foi levado a cabo por software developers “com proficiência comprovada” em cada uma das plataformas comparadas. As experiências laboratoriais decorreram “num ambiente controlado, seguindo um procedimento e protocolos previamente definidos para permitir medições exatas.” O estudo também não recebeu qualquer tipo de financiamento ou patrocínio de domínio público, privado ou sem fins lucrativos.
Após um briefing preparatório, a experiência estruturou-se em duas partes: a criação de uma aplicação de software (Parte 1) e a manutenção (corretiva e evolutiva) dessa aplicação de software (Parte 2), na qual os participantes foram desafiados realizar algumas alterações.
Todo o exercício foi supervisionado por um investigador e, sempre que solicitado pelos developers, foram dados esclarecimentos adicionais sobre as tarefas do exercício a serem realizadas.
Análise de resultados e superioridade do Genio
O estudo utilizou o método UCPA – Use Cases Point Analysis para testar quatro critérios fundamentais nas três plataformas de desenvolvimento de software comparadas na experiência: conformidade com os mockups; cumprimento das funcionalidades descritas nos casos de uso; ocorrência de erros; e desempenho da aplicação desenvolvida.
O Genio da Quidgest demonstrou rapidez, qualidade e produtividade nas variáveis analisadas:
- A plataforma Genio demonstrou ser quase 10 vezes mais produtiva (9,823x) do que a plataforma de desenvolvimento code-based e 3 vezes mais produtiva (3,093x) do que a plataforma low-code, quando considerado o fator qualidade (ver Tabela 3);
- O Genio necessitou apenas de 5,4 horas para criar e adaptar a aplicação do exercício, em comparação com as 47,9 horas requeridas pela plataforma code-based e as 15,8 horas da plataforma low-code. Ou seja: o Genio revelou-se aproximadamente 9x e 3x mais rápido do que as plataformas code-based e low-code, respetivamente (ver Tabela 1);
- O Genio também obteve os melhores valores na manutenção prolongada do software desenvolvido, não só garantindo como aumentando a qualidade da solução ao longo do seu processo evolutivo (ver Tabela 1).
Limitações do estudo referidas pelos autores
Tal como esperado num estudo de natureza científica, os autores referem que o mesmo não é isento de limitações. Primeiro, as tecnologias selecionadas não representam “todas” as tecnologias existentes code-based, low-code e extreme low-code, e muitas outras poderiam fazer parte estudo. Em segundo lugar, os protocolos das experiências especificam uma aplicação de “software de gestão”, existindo muitos outros tipos de aplicações que poderiam fazer parte das experiências. Terceiro, os protocolos para desenvolvimento/manutenção da aplicação de software foram projetados para serem implementados num curto período de tempo e individualmente; como a atividade de desenvolvimento de software é frequentemente um processo colaborativo, isso abre espaço para futuros estudos, que envolvam processos de desenvolvimento mais longos e envolvendo equipas. Finalmente, os diferentes perfis dos participantes nas experiências podem ser uma fonte de enviesamento dos resultados.
Não obstante, os autores também referem que, apesar destas limitações poderem ter alguma influência nos tempos registados, não colocam em causa as conclusões, uma vez que as tecnologias low-code/extreme low-code apresentaram claramente níveis de produtividade mais elevados.
Conclusões e visões para o futuro
Mesmo conscientes de que existe margem para progredir neste tipo de experiências laboratoriais (e muitas possibilidades para futuros estudos deste género), os investigadores identificaram algumas tendências claras no final deste artigo: “Espera-se que o desenvolvimento de software low-code, extreme low-code e no-code, apoiado por tecnologias inovadoras como a inteligência artificial… acelere rapidamente para uma adoção a nível mundial como principais facilitadores da transformação digital. As diferenças de produtividade encontradas nestas experiências fornecem fortes argumentos para que as tecnologias de baixo código dominem a corrente principal do desenvolvimento de software a curto/médio prazo.”
BERNARDO MORIM
Logistics & Asset Management Solutions Developer na Quidgest foi o software developer que participou neste exercício, utilizando a plataforma Genio
“Este estudo só vem comprovar que, em alguns casos, as palavras ditas são para vender; mas, no nosso caso, dizemos porque está comprovado, e estamos efetivamente muito bem preparados para desenvolver e fazer a manutenção evolutiva de software, porque temos templates muito flexíveis e que podem ser adaptados muito rapidamente a cada realidade – houve coisas que demoraram às outras plataformas horas e que o Genio fez em apenas minutos. Um outro aspeto crucial que este estudo ajuda a compreender é a nossa capacidade, não só de garantir maior produtividade, mas também de manter e até elevar a qualidade ao longo do ciclo de vida do software.
Com as evoluções que o Genio teve desde a realização deste estudo (gráficos embutidos, por exemplo), acredito que hoje teríamos completado o mesmo exercício ainda mais rapidamente. E, se houver novos estudos no futuro, com exercícios semelhantes ou até mais complexos (desenvolvimento de um ERP), o Genio está mais do que preparado para ir novamente a competição! Acredito que o futuro do software passa pela automação, pelo extreme low-code e pela IA generativa – basta pensar na quantidade de legislação e novas obrigações que saem todas as semanas ou nos prazos de entrega cada vez mais curtos… se tivéssemos de programar tudo à mão, seria impossível ser competitivo. Mas com o Genio é possível e, com a incorporação de novas funcionalidades elevadas por modelos de linguagem como o ChatGPT, as vantagens do Genio pura e simplesmente foram multiplicadas.”
Mais informação sobre a plataforma Genio aqui
Artigo “Low-code Development Productivity” disponível aqui