Lançamento do livro “A História desconhecida da Inovação em Portugal – o caso da Navigator”
Foi com enorme prazer que acolhemos, no passado dia 14 de março, nas instalações da Quidgest, o lançamento do livro “A História Desconhecida da Inovação em Portugal – o Caso da Navigator”*, da autoria de Fernando Cardoso de Sousa, Presidente da Direção da Associação Portuguesa de Criatividade e Inovação (APGICO), fundador e diretor executivo da Empresa Quinta dos Novos Canastros e Doutor em Psicologia Organizacional, pelo ISCTE.
Ponto de encontro para família e amigos de longa data, a sessão contou com a presença de ilustres oradores, que fizeram questão dedicar algumas palavras a propósito, quer do livro, quer do seu autor:
João Paulo Carvalho, Cofundador da Quidgest, foi o primeiro a subir ao palco para expressar o seu entusiasmo e dar as boas-vindas aos participantes. No seu discurso de abertura, referiu que se trata de “uma obra interessantíssima, muito agradável de ler” e que, certamente, “vai ser objeto de debate construtivo para todos”.
Joana Robalo, representante das Edições Sílabo, deixou um agradecimento muito especial a Fernando Cardoso de Sousa, por ter confiado na editora para a concretização deste que é o quarto projeto editorial conjunto. “A nossa colaboração (desde 2010) deixa-nos muito satisfeitos, na medida em que estamos a publicar trabalhos profundamente ancorados na realidade portuguesa, fortalecendo-nos e sendo mais um contributo para a consecução da nossa missão, que é promover e ser um suporte da afirmação do pensamento em português.”
Manuel Gil Mata, Ex-administrador da Navigator, começou por explicar que, embora “a indústria do papel não seja conhecida como uma indústria altamente inovadora”, a verdade é que este livro prova precisamente o contrário. Um dos exemplos citados foi o processamento da madeira de eucalipto para produzir celulose e fibra para papel, através do chamado método de produção de celulose ao sulfato, levado a cabo pela primeira vez em Portugal (fábrica de Cacia da Navigator), ainda durante o desenvolvimento industrial pós-guerra alavancado pelo Plano Marshall. O que começou por ser um problema de maquinaria, revelou-se uma oportunidade de disrupção, um ponto de viragem na indústria do papel – e uma inspiração para o livro de Fernando Cardoso de Sousa, referiu Manuel Gil Mata.
Orlindo Gouveia Pereira, Professor emérito de Psicologia, parabenizou o tema do livro e aproveitou para se debruçar sobre as raízes da palavra ‘inovação’, explicando: “Há 25 séculos, em Atenas, havia uma grande praça (como havia em todas as cidades gregas) e nessa praça discutia-se a sabedoria da Filosofia. E quando os aspirantes a filósofos chegavam à praça (ágora), perguntavam – ‘o que há de novo?’. É aqui que radica a nossa civilização e cultura da novidade. Inovar vem do latim e do radical indo-europeu, ‘newo’, que quer dizer novo (…). Inovar é o ato de introduzir algo que aparece pela primeira vez. E inovador é a pessoa que introduz as novidades, as mudanças, as invenções num dado domínio.”
Jorge Correia Jesuíno, Professor emérito do ISCTE, falou dos tempos universitários partilhados com Fernando Cardoso de Sousa no ISPA, e partilhou também: “Dentro da Psicologia, o Fernando enveredou por um tema, um tema que nos assustava muito, que era justamente o tema da inovação. Ele nunca desistiu de investir e de investigar nessa área (…) E ele próprio dá o exemplo do que é ser inovador. Não só na escrita – mas também no âmbito do Turismo, já que aproveitou uma arqueologia antiga (os canastros, onde se armazenavam os cereais) e transformou isso num projeto de Hotelaria, mas que, ao mesmo tempo, está relacionado arqueologicamente com a nossa História.”
Visivelmente emocionado depois de várias homenagens e da entrada em palco dos seus netos, Fernando Cardoso de Sousa tomou da palavra para agradecer a presença de todos, agradecer a cedência das instalações, por parte da Quidgest, para este evento, e agradecer ainda a colaboração daqueles que ajudaram a tornar este livro possível, contribuindo através de entrevistas, testemunhos, enquadramento histórico fiel e preciso, revisão, entre outros.
Em jeito de despedida, o autor deixou a seguinte mensagem: “Não tem piada escrever um livro sem ser para alguém ler. Não quer dizer que vocês o façam, como já disse, desaconselho vivamente (risos). Mas quer dizer, vocês representam a minha satisfação de poder fazer qualquer coisa, mesmo que seja a possibilidade de estarem aqui numa sessão com a importância dos oradores que me precederam. Só isto. E como são pessoas das mais diversificadas proveniências, interesses e formações, reunir numa síntese que pode, de certo modo, ter a ver com o livro, é para mim uma fonte de prazer. E já me bastava. Não têm que comprar o livro. Bastou virem aqui.”
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